Allan Kardec
Referencias ao Vade Mecum
1- Allan Kardec – Revista Espírita 1861 Dezembro – Organização do Espiritismo § 24
24 - Indicaremos agora alguns trabalhos aos quais poderão concorrer as diversas Sociedades de maneira útil. A seguir indicaremos outros.
Sabe-se que os Espíritos, não possuindo toda a soberana ciência, podem encarar certos princípios de um ponto de vista pessoal e, consequentemente, nem sempre estarem de acôrdo. O melhor critério da verdade está naturalmente na concordância dos princípios ensinados sobre os diversos pontos, por Espíritos diferentes e por meio de médiuns estranhos uns aos outros. Assim foi composto O Livro dos Espíritos. Mas ainda restam muitas questões importantes a serem resolvidas desta maneira, e cuja solução terá tanto maior autoridade quando obtida por grande maioria. Assim, na ocasião, a Sociedade de paris poderá dirigir perguntas desta natureza a todos os grupos correspondentes que através de seus médiuns, pedirão a solução a seus guias espirituais.
Outro trabalho consiste nas pesquisas bibliográficas. Existe um grande número de obras antigas e modernas, nas quais se encontram testemunhos mais ou menos diretos em favor das idéias espíritas. Uma coleção destes testemunhos seria tarefa muito preciosa, mas é quase impossível que seja feita por uma só pessoa. Ao contrário, tornar-se a fácil, se cada um quiser colher alguns elementos em suas leituras e estudos e os transmitir à Sociedade de Paris que os coordenará.
2- Allan Kardec – Revista Espírita 1862 Janeiro – Controle do Ensino Espírita
Em caso de divergência, o melhor critério é a conformidade dos ensinos por diferentes Espíritos e transmitidos por médiuns diferentes e estranhos uns aos outros. Quando o mesmo princípio for proclamado ou condenado pela maioria, é preciso nos darmos conta da evidência. Se há um meio de chegar à verdade é, certamente, pela concordância, tanto quanto pela racionalidade das comunicações, ajudadas pelos meios que dispomos de constatar a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos. Desde que a opinião deixa de ser individual para se tornar coletiva, adquire em grau maior de autenticidade, porque não pode considerar-se como resultado de uma influência pessoal ou local. Os que ainda se acham em dúvida terão uma base para fixar as suas idéias, porque será irracional pensar que aquele que em seu ponto de vista esta só, ou quase só, tenha razão contra todos.
Autor: Luiz Pessoa Guimarães
Fonte: Vade Mecum Espírita (Página 387)