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Vade Mecum Espírita

Ministros, sacerdotes e representantes de Deus.


VII

          "Hora est jam nos de somno surgere. Já é tempo de a humanidade reconhecer-se - já é tempo de, obediente às inspirações que baixam das esferas etéreas, acompanhando sua própria e espontânea atividade, sair de sua obcecação, da escravidão de seus erros, para empreender e seguir, com passo firme, sem vacilações e sem prevaricações, o caminho que conduz à terra prometida; - já é tempo de abrir-se à verdade nas inteligências e de reinarem nos corações a caridade e a humildade; - já é tempo de a semente, plantada nas consciências pelo Filho do homem, produzir fruto abundantíssimo de vida - e de todas as seitas religiosas, depurando-se de tudo o que é obra e mandamento do homem, e conservando o que é permanente e eterno, convergirem, unirem-se e identificarem-se em Deus e no Evangelho, para constituírem a Igreja universal - o verdadeiro Catolicismo cristão.

          Vós, os que por fanatismo, por ignorância ou por orgulho, vos julgais ministros, sacerdotes e representantes de Deus, e depositários de suas verdades e poder, só porque outros homens vos têm posto suas mãos, talvez impuras e manchadas, e pronunciado, sobre a vossa cabeça, uma fórmula vã e ineficaz, vinde - vinde aqui, irmãos meus, filhos meus, vinde, pois que todos cabem na misericórdia do Pai; vinde e dizei-me: Que sois? Quem sois? Haveis penetrado, com vista imparcial e investigadora, em vossos corações, nas recônditas dobras da vossa consciência, nos segredos da vossa alma? Haveis medido a extensão dos vossos desejos? Haveis sondado vossas fraquezas e misérias, e buscando, livres de amor-próprio, o verdadeiro nível de vossas virtudes? Haveis olhado e estudado bem? Haveis, sequer, pensado em estudar-vos? Em uma palavra, conheceis-vos?

          Pois, se não vos conheceis, parai aí, concentrai-vos, filhos meus, e pedi a Deus que vos abra os olhos, para que possais ver-vos com cuidado e sem orgulho, porque tendes de ser chamados a um juízo de amor, em virtude do qual se vos abre o caminho da reparação e o meio de poderdes comparecer limpos a outro juízo - ao juízo em que cada um colhe o fruto de suas obras.

          Estudai-vos, repito, e dizei-me: Ao encontrar-vos frente a frente com vossos irmãos, os outros homens, a quem levianamente condenais, e com vossa consciência, que vos recorda o que sois, vos haveis, porventura, julgado superiores e dignos de ser seus mestres e os ministros daquele que a todos vê e a todos julga?

          Tendes podido duvidar de que, perante Deus, ninguém é mais do que suas obras o fazem merecedor?

          Vinde e dizei-me: A fé que quereis impor aos demais, prescrevendo e condenando o principal atributo das almas, tende-a vós? E os que, dentre vós, a têm, como a adquiriram?

          Foi por sua iniciativa, por suas virtudes, por seus estudos e esforços, por haverem encarado a luz, ou por haverem cerrado os olhos para não vê-la?

          Vinde, e dizei-me: Ao consagrar-vos ao sacerdócio, haveis consultado os interesses espirituais da Humanidade ou os vossos interesses temporais? Vós o aceitastes como um sacrifício ou como um modo de viver e prosperar?

          Tendes professado a pobreza que nasce do amor, e a doçura que nasce da humildade, ou, pelo contrário, tendes sido ambiciosos e iracundos?

          Vinde, e dizei-me: Tendes dado e ensinado a dar a Deus o que é de Deus, e a César o que é de César, ou vos haveis prostrado aos pés de César, em desdouro da majestade de Deus, e invocado o nome de Deus para combater a César?

          Nas contendas, nas guerras contra vossos irmãos, tendes corrido a contê-las e a fazê-las menos sanguinolentas com vossa missão apostólica, ou tende-as soprado e ensangüentado, abusando da influência que haveis exercido e ainda exerceis, em razão do vosso ministério?

          Tendes querido, como Jesus, imperar sobre as almas pela caridade, ou dominar na Terra pela ignorância?

          Vinde, e dizei-me: Depois de tantos séculos em que haveis governado as consciências, explicado a moral e dirigido as sociedades, em que estado haveis deixado as sociedades, os costumes e as consciências? Ah! o vosso procedimento não é o fruto do Evangelho.

          Reconhecei-vos, filhos meus; compadecei-vos de vós mesmos, como eu me compadeço, e como amanhã se compadecerá a humanidade. Amai-vos mais em Deus e menos na carne - ainda estais em tempo.

          Tendes errado; quem não erra? Tendes cometido faltas; quem terá o direito de vos atirar a primeira pedra?

          Levantai a bandeira que Jesus desfraldou - e, deixando de ser sacerdotes pelo hábito, sede-o pela caridade e pela pregação.

          Não duvideis de que é Maria quem vos fala, a mulher ditosa que trouxe em seu ventre o celestial Enviado, o Fundador da religião divina, que julgais professar, mas que não professais como devíeis.

          Não desprezeis esta revelação, nem a condeneis sem meditar. Estudai-a sem ódio, sem paixão, sem prevenções de escolas e sem o egoísmo do sectário - e, se depois desse proveitoso estudo, para o qual, peço-vos, invocai fervorosamente o auxílio de Deus, vos sentirdes dispostos a confessar que este documento, reflexo fiel da verdade evangélica, não pode ser obra de um gênio maléfico, de um Espírito mentiroso, confessai-o, irmãos meus, filhos meus, e aceitai e defendei a nova revelação.

          Que importa que esta revelação venha derrubar e pulverizar um colosso de dezenove séculos, se ao mesmo tempo levanta do pó da ignorância, do erro e do egoísmo, toda a Humanidade?

          Não rechaceis o Espiritismo - não intenteis combatê-lo com o diabo que se evapora em vossas mãos ao calor da nova luz, e desaparece, para ocupar seu verdadeiro lugar, entre as recordações mitológicas.

          Se vos obstinardes em vossos erros e se vos encastelardes em vossa orgulhosa infalibilidade, nem por isso lograreis impedir e deter, por um momento, o que está irrevogavelmente decretado. Sereis arrastados pela idéia, e sucumbireis miseravelmente, levando convosco, em vossa queda, a compaixão de uns, o desprezo de outros, o ódio de muitos, e a severa responsabilidade de vossos atos.

                                                                                 Maria."

Fonte: Roma e o Evangelho 23º VII Página 139
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