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Do País da Luz - Fernando de Lacerda


Volume Dois
 
Fernando de Lacerda
 
 
                                                                                                                                         Um Desconhecido.
 
 
 
          Em cada ano destina o homem uma semana à comemoração do fato culminante da humanidade: - a sacrossanta tragédia do Gólgota.
          Esta comemoração não serve para recordar o Homem que há dois mil anos morreu, por sentença da população hebraica; mas, para memorar o preço por que a Humanidade conseguiu a sua redenção espiritual, - o martírio de um justo.
          É, Jesus a maior individualidade que tem ido a esse mundo. Os crentes da religião em que predomina a sua doutrina, crêem-no um Deus, porque não podem supor que a grandeza e sublimidade da sua palavra, da sua doutrina e da sua ação, pudessem dimanar de uma entidade igual às outras que enxameiam o mundo, como abelhas do Mal.
          Os descrentes admiram-no filósofo, e a luz da sua razão proclamam-no o maior, o não igualado e o não igualável. Os negadores, cem-no um símbolo ideal da bondade humana, e negam a sua existência, não admitindo assim que tão descomunal grandeza pudesse caber no mesquinho envoltóriosujeito às dores e a desigualdade da condição
terrena.
          Todos, discordando, se acham acordes: - Jesus foi o Cristo o maior da Terra. Deus, seo maior. Filosofo inigualável, será o maior. Símbolo adorado e ideal da bondade perfeita e sonhada pelas almas puras, será o maior.
          Os simples e os justos, aceitam-no como Ele se mostrou, bom e simples; e cantam em seu louvor as mais cariciosas e doces palavras de todos os vocabulários; enviam-Ihe os seus mais santos e tranqüilos pensamentos; confidenciam-Ihe os seus mais ansiados desejos, as suas mais doloridas penas, e dirigem-Ihe as suas reais íntimas e mais sentidas plicas.
          Tudo que de bom, de idealista, de puro existe no coração e no cérebro dos crentes é a Ele dedicado; tudo que de mau possuem ou temem é a Ele exposto, para lhe pedirem remédio, para lhe testemunharem arrependimento e para lhe prometerem emenda.
          Não carecem de saber qual o seu grau de divindade, e de onde veio.
          Sabem que é divino dentro do seu amor; que veio para ensinar a todos esse amor, a paz e a humildade.
          As aves e as flores, na sua natural simplicidade, não buscam saber de onde vem a luz do dia que as alegra e lhes dá vida.
          Cantam-na e dão-Ihe os seus melhores perfumes e os seus mais melodiosos trinados. A luz e o bem. Que lhes importa a origem? A luz veio das trevas; as trevas é que elas desadoravam; e foi do manto negro da escuridão que a luz surgiu para as alumiar e aquecer.
          Os descrentes e os negadores não se limitam, porém, a tanto e a tão pouco. Crer, é muito para a pequenez da sua alma e pouco para a sua crítica e para a sua superioridade.
          A existência de Jesus e a sua divindade é um fato que tem posta a tratos os mais privilegiados cérebros humanos desde que a misteriosa estrela do oriente iluminou a mesquinha gruta de Bem.
          Não tem havido cérebro algum potente, que se sinta com asas para poder voar pelo espaço fora, que o tenha querido desprender-se da crença simples da fé tranqüila e indiscutível dos crentes piedosos: - uns para contestarem e outros para afirmarem o poder sobre-humano da estranha e luminosa figura de Jesus.
          Filósofos, poetas, artistas, oradores, todos tem dado as primícias do seu pensamento,do seu estro, do seu engenho ou da sua palavra.
          Os que mais o procuram derrubar do seu pedestal secular, são os que, inconscientemente, mais o enaltecem, mais o admiram e engrandecem.
          São eles que provocam as grandes manifestações da fé e da dedicação; os que se encarregam de alimentar o fogo sagrado do amor por Cristo, e de mostrarem que, divino ou não, nenhuma outra individualidade, nem nenhuma outra obra, tem resistido tanto e tão bem à porfiada e acrisolada luta, que durante séculos lhe tem sido dirigida, conservando-se firme, inabalável, mais firme e mais inabalável do que a própria terra que lhe serviu de cena; e que em vez de se aniquilar e extinguir é cada vez maior, mais radiante, mais poderosa a luz que irradiou da loura cabeça do doce rabi nazareno.
          Todos os grandes homens que a Humanidade venera e enaltece, servem para inconfundível destaque e para salientar a grandeza e a elevação daquele pregador humilde, daquele sonhador sereno, daquele mensageiro da paz, daquele carpinteiro da Judéia, que conviveu com os simples e com os mendigos, que perdoou à adúltera e ao publicano, que exemplificando a humildade revolucionou o mundo; que, sendo todo bondade e justiça, foi desrespeitado, atraiçoado, vilipendiado e morto entre ladrões e no suplício da cruz, para maior escárnio e degradamento.
          A traição e a morte de que Jesus foi vítima, foram a radicação na alma humana da sua inconfundível doutrina; foram a base de toda a liberdade moderna na Terra, e da redeão de todo o esrito humano para a vida eterna do infinito.
          É este o fato que, consciente ou inconscientemente, o homem soleniza todos os anos na semana que a Igreja denomina santa
          Não soleniza o homem a morte de Jesus; aflige-se ou espanta-se da injustiça que a tragédia da sua morte representa; e quanto mais radicada estiver na consciência humana a idéia da justiça, da liberdade e da razão, maior será a veneração pela grandeza ideal do Maior de todos os entes que têm encarnado, na Terra, a admiração pela sua doutrina e o reconhecimento e gratidão pela sua obra.
Autor: Um Desconhecido - Médium: Fernando de Lacerda
Fonte: Do País da Luz
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