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Divido a emoção com vocês


MOMENTO DRAMÁTICO NA ÓPERA DE ROMA
 
Apresentação da ópera Nabuco, de Verdi
MAESTRO: RICARDO MUTTI
ÁUDIO VÍDEO DO YOUTUBE
 
(Leia o texto antes de abrir o vídeo e veja-o em tela cheia)
 
No dia 12 de março de 2011, a Itália festejava os 150 anos da sua unificação, ocasião em que a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi, símbolo da unificação do país, que invoca a escravidão dos Judeus na Babilônia, uma obra não só musical mas, também, política à época em que a Itália estava sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti.
Antes da apresentação o prefeito de Roma, Gianni Alemanno – ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para politizar o evento. Como Mutti declararia à TIME, houve, logo de início, uma ovação incomum, clima que se transformou numa atmosfera de tensão quando se iniciaram osacordes do coral «Va pensiero» o famoso hino contra a dominação.
«Há situações que não se podem descrever, mas apenas sentir; o silêncio absoluto do público, na expectativa do hino; clima que se transforma em fervor aos primeiros acordes do mesmo; a reação visceral do público quando o coro entoa – ‘Ó minha pátria, tão bela e perdida’».
Ao terminar o hino os aplausos da platéia interrompem a ópera e o público manifestou-se com gritos de «bis», « viva Itália», «viva Verdi». Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não sendo usual bisar durante uma ópera, e embora Mutti já o tenha feito uma vez em 1986, no teatro La Scala de Milão, o maestro hesitou.Dado que o público já havia revelado o seu sentimento patriótico, o maestro voltou-se no púlpito e encarou o público e o próprio Berlusconi. Fazendo-se silêncio, pronunciou-se da seguinte forma, e reagindo a um grito de «longa vida à Itália» disse:
RICCARDO MUTTI: «........Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Já não tenho 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho muita mágoa do que se passa no meu país. Portanto aquiesço ao vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o coro que cantava ‘Ó meu pais, belo e perdido’, eu pensava que, a continuarmos assim, mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, a nossa pátria, será verdadeiramente ‘bela e perdida’. (aplausos retumbantes, incluindo os dos artistas em palco) Reina aqui um ‘clima italiano’; eu, Mutti, falei para surdos durante longos anos, gostaria agora.... nós deveríamos dar sentido à este canto; como estamos em nossa casa, o teatro da capital, e com um coro que cantou magnificamente, e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos... "A tempo"...»
Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Coro dos Escravos.
O público levantou-se. Toda a ópera de Roma se levantou... O coro também se levantou. Foi um momento magnífico na ópera! Vê-se, também, o pranto dos artistas.
Aquela noite não foi apenas uma apresentação do Nabuco mas, sobretudo, uma declaração do teatro da capital dirigida aos políticos.
 

Autor: Ricardo Mutti
Fonte: Jorge Rezala
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