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A questão do suicídio.*


          Vale por um dos mais preciosos exemplos, e constitui também uma grande lição de aviso, o caso do suicídio de um conhecido e distinto funcionário do Ministério da Fazenda, que exerceu, com indiscutlvel proficiência, a direção de uma das mais importantes eepartições arrecadadoras, a Recebedoria do Distrito Federal. 
          Bacharel em Direito, escritor talentoso, tendo publicado dois livros de poesias, caráter íntegro, polido no modo de tratar, benquisto por todos que o conheceram, esse moço revelara desde muito cedo impulsos e bizàrrias que o caracterizavam - médium. 
Algumas crises que teve, embora não passassem do âmbito doméstico, jamais foram olhadas devidamente, quer pela família, quer pelos médicos, situados em dois extremos: Catolicismo e Materialismo. 
          Assim, vicejando sem conhecimento das doutrinas do Espiritismo, o Espírito dessa futura vítima de obsessores foi sendo dominado, até chegar ao extremo por eles desejado. 
          Enquanto na atividade burocrática, os múltiplos afazeres, absorventes por sua natureza, não davam ao médium em causa vagares de abstração para que os obsessores agissem à vontade no seu Espírito.
          O estudo da legislação, despacho de processos, audiências e consultas pessoais sobre a marcha dos negócios da Repartição, as preocupações domésticas quotidianas, tudo isso enchia dois terços das vinte e quatro horas do dia. 
Aposentado, o médium perdeu o elemento de reação natural e inconsciente que exercera contra a influência traidora dos obsessores, que, desde então, tiveram larga margem para sua ação destruidora, subvertendo o ritmo da vida doméstica daquele lar, predispondo, por essa forma, o Espírito visado para os fins por eles predeterminado. 
          É certo que houve sinais de alarme; porém, a família, infensa a qualquer idéia que admitisse intervenção dos Espíritos na vida das criaturas, não deu importância aos veementes indícios do fim que se aproximava. 
          Certa vez, o médium, conversando com um amigo, na residência, sentados num banco de jardim, voltou-se - como que falando a entidade invisível - e disse: 
          - Fique descansado, porque eu me suicido; já lhe prometi, e cumprirei a palavra. 
          Esse detalhe, de eloqüente e alarmante significação, não teve força para convencer ninguém do grave momento a que chegara o distinto quanto infortunado homem. 
          A clareza meridiana do incidente não despertou a atenção da família. 
          E, poucos dias depois, levado por anúncio de jornal, alugou um aposento, em Copacabana, e aí, servindo-se de um lençol, enforcou-se. 
 
          A surpresa foi enorme, pois, nas suas palestras com os amigos e colegas, não deixava perceber que o seu Espírito, tão brilhante e culto, estivesse trabalhado pela negrura dos pensamentos obsidiantes do suicídio -, o maior dos crimes apontados pelas religiões do Ocidente. 
          E essa surpresa cresce de importância, quando se considera e sabe que a influência e intercâmbio dos Espíritos, em nossa vida quotidiana, já passou do terreno seitista para o das realidades indiscutíveis e insofismáveis. 
          Na altura a que chegaram os estudos e pesquisas, feitas por cientistas e sacerdotes cristãos, a respeito da comunicação ininterrupta dos Espíritos com o nosso mundo, é imperdoável desprezarem-se os sinais evidentes das obsessões, sob o fútil pretexto de que o assunto é do domínio do Espiritismo, e portanto - herético - para as religiões oficializadas. 
          O Espiritismo estuda, é certo, os vários fenômenos do Psiquismo, e afirma ter recebido um corpo de doutrina ditado pelos Espíritos; mas, meridianamente, está demonstrado que o dom mediúnico e a situação de obsidiado não escolhem a crença da criatura que o recebe ou o sofre. 
 
Autor: Almerindo Martins de Castro
Fonte: O Martírio dos Suicidas.
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