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Vade Mecum Espírita

Estudando Manoel Philomeno de Miranda


Loucura e Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 8)

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988.

Questões preliminares

A. Como Dr. Bezerra de Menezes define transexualismo?

Dá-se o transexualismo quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma e o arcabouço psicológico não corresponde à realidade física. Era o caso de Lício: alma de mulher, corpo de homem. Em tais casos, empurrado pelos impulsos incontrolados do eu espiritual perturbado em si mesmo, ou pelos fatores externos, pode o indivíduo marchar para a homossexualidade, caindo em desvios patológicos, expressivos e dolorosos. Segundo Dr. Bezerra, é ainda na forma transexual, quando o Espírito supera a aparência e aspira pelos supremos ideais, que surgem as grandes realizações da Humanidade, como também sucede na heterossexualidade destituída de tormentos e anseios lúbricos, que lhe causam graves distonias. Em qualquer forma, portanto, pode o Espírito dignificar-se, elevando-se, desde que se não deixe acometer pela loucura do prazer desregrado, que sempre lhe propiciará a necessidade de reparação em estado mais afligente. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 69 a 71.)

B. Que ocorreu no passado de Lício que justificasse sua atual condição?

Segundo a Mentora espiritual que o atendeu, nas três últimas reencarnações Lício viveu experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero. Na antepenúltima, enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer. Logo depois, recomeçou para liberar-se das consequências danosas que lhe permaneciam como insegurança e necessidade, vindo a fracassar de forma rude. Não há muito, utilizou-se de toda a força que a atração física lhe emprestava, para usufruir e malsinar vidas que hoje se lhe enroscavam, perturbando-lhe a marcha. Consequência direta disso, os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras sensíveis da aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a forma sofre o tormento da essência e vice-versa. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 73 a 75.)

C. Quem foi no passado o tio que o levou à homossexualidade?

O tio pervertido era uma companhia antiga, do mesmo grupo de perversão de que Lício participara. Como se vê, ele não teve resistências morais para vencer os impulsos físicos, provenientes dos refolhos do ser viciado, que soube identificar, embora sem entender, a antiga companheira de alucinação. Em seu desvario, ele esteve inspirado por um adversário desencarnado de ambos – dele e de Lício – que aguardava ensejo para vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado pelos dois. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 75 a 76.)

Texto para leitura

29. Em matéria de sexo é preciso evitar a loucura do prazer desregrado – Após breve pausa, para melhor coordenar e sintetizar tão profundo assunto, Dr. Bezerra continuou: “A própria forma humana vigente hoje, na Terra, é transitória. Entre o Pithecanthropus erectus e o Homo sapiens houve expressivas modificações anatomofisiológicas no ser em progresso, tendo em vista que, sendo superior o psiquismo na atualidade, portanto, o Espírito, este imprime no corpo o que lhe é mais necessário para a evolução a que se destina, assim elaborando órgão e compleição mais compatíveis com as suas finalidades. É compreensível que deste ao Homo technologicus hajam ocorrido sutis alterações que preparam a forma do futuro Homo spirituale em condições melhores. De permeio, surge, no laboratório das transformações, a interferência das mentes, produzindo constituições assinaladas pelos transtornos do comportamento anterior do ser lúcido, que geram os tipos do hermafroditismo e da bissexualidade, que passam a constituir organismo de reeducação para os seus exploradores antigos, agora submetidos a provas de correção entre fortes conflitos e áspera insegurança interior... Alguns autores dedicados ao estudo do sexo afirmam, ainda, a existência da posição intersexual, a que denominam pseudo-hermafroditismo. Quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma e o arcabouço psicológico não corresponde à realidade física, temos o transexualismo, que, empurrado pelos impulsos incontrolados do eu espiritual perturbado em si mesmo ou pelos fatores externos, pode marchar para o homossexualismo, caindo em desvios patológicos, expressivos e dolorosos... É, no entanto, na forma transexual, quando o Espírito supera a aparência e aspira pelos supremos ideais, que surgem as grandes realizações da Humanidade, como também sucede na heterossexualidade destituída de tormentos e anseios lúbricos, que lhe causam graves distonias. Em qualquer forma, portanto, pode o Espírito dignificar-se, elevando-se, desde que se não deixe acometer pela loucura do prazer desregrado, que sempre lhe propiciará a necessidade de reparação em estado mais afligente... Correspondendo a tais circunstâncias, sempre do Espírito para o corpo e não deste para aquele, as respostas orgânicas se fazem mediante os genes e cromossomos que estabelecem as formas, sujeitas à ação do ser reencarnado, de acordo com as suas necessidades evolutivas. Quando ocorre, em qualquer forma na qual estagia o Espírito, o açulamento ou descontrole da função, este defronta a prova que deve superar a esforço de educação, de disciplina mental e física, evitando agravar o próprio estado. Diferindo dos animais pelo uso da razão, o homem deve utilizá-la em todos os seus empenhos, especialmente nos compromissos para com o sexo, a fim de mais facilmente sentir-se pleno”. “Hoje, várias Escolas de comportamento estimulam o uso e o abuso da função sexual, na busca do prazer exorbitante, informando que tal ação evita frustrações e desequilíbrios, aliás, sempre desmentidos pelos ases do gozo, símbolos sexuais estabelecidos, que transitam, insatisfeitos e apáticos, enveredando pelas drogas, tombando, depois, na loucura e no suicídio...” (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 69 a 71.)

30. Um transexual levado ao homossexualismo – Na sequência, Dr. Bezerra informou que os estudiosos do sexo buscaram estabelecer alguns critérios para melhor definir as posições sexuais, conforme as estruturas periféricas, do que resultou a classificação seguinte: gonádico, pela identificação das células que constituem as glândulas genitais; genético, mediante o conhecimento da cromatina sexual; fenótipo, por meio do aspecto morfológico do ser; e psicossexual, numa ampliação da análise, estudo e aprofundamento da estrutura psicológica do indivíduo e as influências por ele recebidas na educação, na sociedade e na cultura. “Seja, porém, qual for a forma sob a qual se expresse o sexo na vida – acentuou Dr. Bezerra –, ele é departamento orgânico importante, credor de respeito e consideração, não apenas máquina de satisfação dos instintos egoístas, imediatistas... O seu uso deve ser regulamentado pela consciência dignificada, facultando ao indivíduo o equilíbrio e a harmonia decorrentes da permuta de hormônios e de afeto, sem que a vulgaridade e o barateamento lhe constituam razão predominante. Além da responsabilidade pessoal, diversas implicações se fazem assinalar pelos efeitos do relacionamento que envolve outros parceiros, cuja conduta, muitas vezes, passa a ser o resultado da consideração ou do desprezo a que são relegados por aqueles que os seduzem, enganam ou exploram. À medida que o Espírito se eleva e se enobrece, o uso do sexo passa por significativa alteração.” Nova pausa fez o amorável Benfeitor, que arrematou em seguida:  “O nosso Lício encontra-se catalogado como transexual, que foi conduzido pelo tio ao homossexualismo, com todas as agravantes disso decorrentes e outros componentes, conforme constataremos nas explicações da Mentora a quem ele recorreu. Observemos!” De fato. Após concluir suas pesquisas, realizadas em profundo recolhimento espiritual, a Orientadora falou ao rapaz: “Você tem razão ao afirmar que se trata de uma alma feminina encarcerada num corpo masculino. Tal ocorrência, no entanto, não é fruto de um sortilégio divino, senão dos códigos soberanos da vida, que estabelecem diretrizes, que, desrespeitadas, produzem resultados concordes com a gravidade da rebeldia. Em todas as determinações superiores, porém, o amor está presente aguardando que o homem lhe aceite a inspiração e o comando, para que facilmente supere a pena a que se submete em face da insubordinação perpetrada. Cada criatura é, portanto, responsável pelo rosário das ocorrências do seu caminho evolutivo, como o agricultor que, possuindo uma gleba de terra, dela recolhe o que lhe faculta semear e conforme o trato que lhe dá”. “Todos vimos de recuados tempos. Espíritos imortais que somos, reencarnamos e desencarnamos, mediante a utilização e desligamento do corpo, qual se este fosse um uniforme de uso para o educandário terrestre, cujos efeitos são transferidos de uma para outra experiência, conforme as aquisições logradas. Homem ou mulher, na forma transitória, as responsabilidades são as mesmas, apesar da infeliz discriminação que esta última vem sofrendo nas várias culturas através dos tempos ou das licenças que ora se permitem em nossa sociedade enferma.” (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 71 a 73.)

31. Os perigos inerentes às aberrações da luxúria – Os esclarecimentos da Mentora do Grupo não poderiam ser mais claros: “A forma, numa como noutra área, é oportunidade para aquisição de particulares conquistas de acordo com os padrões éticos que facultam a uma ou à outra. Quando são conseguidos resultados positivos numa expressão do sexo, pode-se avançar, repetindo-se a forma até que, para diferente faixa de aprendizagem, o Espírito tenta o outro gênero. No momento da mudança, em razão dos fortes atavismos e das continuadas realizações, pode ocorrer que a estrutura psicológica difira da organização fisiológica, sem qualquer risco para o aprendiz, porquanto há segurança de comportamento e nenhum desvio da libido por ausência de matrizes psíquicas decorrentes da degeneração imposta aos hábitos anteriores. Quando, porém, o indivíduo se utiliza da função genésica para o prazer continuado sem responsabilidade, derivando para os estímulos que as aberrações da luxúria o convidam, incide em gravame que é convidado a corrigir, na próxima oportunidade da reencarnação, sob lesões da alma enferma, que se exteriorizam em disfunções genésicas, em anomalias e doenças do aparelho genital, ou na área moral, mediante os dolorosos conflitos que maceram, nos quais o ser íntimo difere in totum do ser físico...  Seja, no entanto, qual for a ocorrência regularizadora, ela deve ser enfrentada com elevação moral e consciência tranquila, recompondo, através dos atos corretos, a paisagem mental e emocional afetada. Não há, para essas marcas da alma, outro tratamento que eu conheça, senão a superação do problema mediante a abstinência, canalizando-se as forças sexuais para outros labores e aspirações, igualmente propiciadores de gozo profundo e estímulo constante para mais altos voos e conquistas”. Dito isto, fez-se uma pausa oportuna, permitindo a Lício absorver, sem dificuldade, a explicação recebida. Em seguida, a Orientadora continuou: “Pelo menos, nas três últimas reencarnações, você, Lício, viveu experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero. Na antepenúltima, enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer. Logo depois, recomeçou para liberar-se das consequências danosas que lhe permaneciam como insegurança e necessidade, vindo a fracassar de forma rude. Não há muito, utilizou de toda a força que a atração física lhe emprestava, para usufruir e malsinar vidas que hoje se lhe enroscam, perturbando-lhe a marcha... Os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras sensíveis da aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a forma sofre o tormento da essência e vice-versa... Nas três oportunidades, a mercê divina lhe concedeu a escolha livre do corpo – oportunidade redentora –, que foi usado para lesar e fruir, desforçar-se e triunfar, com grandes envolvimentos negativos. Agora, o mesmo Amor lhe propõe a redenção pelo reequilíbrio – provação –, a fim de que não tombe na expiação mutiladora ou alienante, caso teime perseverar na usança mórbida, delinquente, da organização que lhe é veículo para o progresso e não para futuro encarceramento, consoante o seu livre-arbítrio eleja o caminho a percorrer”. (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 73 a 75.)

32. O tio pervertido fora parceiro das perversões do passado – A Orientadora explicou-lhe, na sequência, que as pessoas que lhe padeceram a arrogância ou a insensibilidade haviam retornado ao seu convívio físico ou psíquico, tanto quanto os que foram corrompidos e lhe propuseram degradação. O tio pervertido era uma companhia antiga, do mesmo grupo de perversão, que não teve resistências morais para vencer os impulsos físicos, provenientes dos refolhos do ser viciado que soube identificar, embora sem entender, a antiga companheira de alucinação. Em seu desvario, ele esteve inspirado por adversário de ambos – dele e de Lício –, atualmente desencarnado, que aguardava ensejo para vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado pelos dois. Desse modo, além da consciência que se punia através de conflitos e inquietações permanentes, somava-se a presença odiosa do vingador e de outros que se consideravam prejudicados e planejavam reparação a alto preço. O rapaz ficou comovido com as explicações, que o elucidavam a respeito dos sonhos que o assaltavam desde criança, quando cenas, agora esclarecidas, o aturdiam levando-o a estados de paroxismo, nos quais despertava banhado por álgido suor e aos gritos. Eram tão frequentes esses fatos, que ele temia adormecer, especialmente quando o tio o iniciou no desvio da ação sexual, ocasiões em que se via perseguido por seres hediondos e animalescos, ou em bacanais, em que, elegido como hetera(1) dominante, era exposto ao servilismo abjeto dos indivíduos promíscuos e dissolutos ali presentes. O que se pensa – assevera Miranda – sempre responde pelo clima emocional em que se vive. A ação do passado leva, automaticamente, o indivíduo aos lugares que lhe agradavam viver. Além do mais, os comensais costumeiros igualmente se encarregam de reconduzir aos mesmos lugares aqueles que se lhes vinculam. Mede-se, pois, a psicosfera de alguém pela incidência frequente do seu pensamento. Lício não sabia, então, que era conduzido, em Espírito, aos sítios da devassidão, em regiões próprias do planeta, onde homens e Espíritos dão curso às suas aptidões e aos seus interesses, em conúbios danosos e frequentes. Os homens, em parcial desdobramento pelo sono, e os desencarnados, em fenômeno de vampirismo como de imantação demorada com aqueles que os exploram fluídica e psiquicamente, são levados a patologias de difícil diagnóstico e complicada terapêutica libertadora. É por isso que a reencarnação constitui a única chave segura para equacionar quase todos os problemas que afligem o ser humano, simbólica “escada de Jacó” para conceder-lhe os altiplanos felizes da vida.  (Loucura e Obsessão, cap. 6, pp. 75 a 76.) (Continua no próximo número.)

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil) 

(1) Hetera – Prostituta elegante e distinta. Na antiga Grécia, mulher dissoluta, cortesã.
 

Autor: O consolador
Fonte: http://www.oconsolador.com.br/ano8/361/principal.html
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